#meu professor de literatura do ensino médio
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TOP 100 MAIORES BRASILEIROS DE TODOS OS TEMPOS - Lista atualizada 2022
#Deus (que é brasileiro e dizem andar por aí)#astralis#pabllo vitar#villanova artigas#chico buarque#lygia fagundes telles#pet#clarice lispector#joão grilo#maria minha avó#luis carlos prestes#meu professor de literatura do ensino médio#GAL#macabéa#Senhorita Mc Bira#nasça#Algumas vagas remanescentes
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cast de lsdln como professores
quais vc acha que seriam as matérias deles?
OMG i love this question!! não revisei mas espero que gostem <3
o enzo me passa vibes de professor de teatro... desculpa gente não consigo desvencilhar ele da skin de ator </3 mas ai imagina, ele seria tão firme, didático e paciente, ajudaria td mundo com um sorriso no rosto, sempre genuinamente orgulhoso do progresso de cada um e apesar da proximidade sempre que ele quer te falar sobre respiração (e toca sua caixa torácica) ou sobre movimentos mais fluidos (e te acompanha bem de perto em cada um deles) ele ainda é super profissional e teria uma certa relutância em se envolver com alunos dele 💔 isso até vc se tornar parte da equipe e vcs dois começarem a trabalhar mais juntos no espetáculo de fim de ano da escola 🤭 aí vcs passam tanto tempo juntos que o homem se apaixona n tem jeito
pardella como professor de matéria bem humaninhas que estimula o pensamento crítico dos adolescentes ME OUÇAM ☝🏼 tive um professor de história no ensino médio que era barbudo, rockeiro, motoqueiro, cheio de tatuagens, fumante, engraçado pra caralho, super consciente socialmente, falava palavrão a rodo e ainda era amado por TODO mundo. para mim = agustín pardella 🏆
o matías sinceramente não tenho a MÍNIMA ideia pq ele é mt novo mas pensando aqui... como ex-teacher que ensinava aos 18 anos de idade ☝🏼 matí professor particular de inglês (ou espanhol né) ou MELHOR AINDA imagina ele numa escola tipo wizard, wiseup, cna, ccaa... caralho acho q ele ia ser mt caótico e o favorito dos alunos mais novos pprt crushzinho de todas as aluninhas 💔
o kuku puta q me pariu cara eu não sei nem por onde começar.... mas que ele tem uma ENERGIA de professor de graduação ou até pós ele tem meu deus.... pensando aqui em alguma matéria mto específica tipo literatura do leste europeu de uns 5 séculos atrás ou a subjetividade do ser humano pensada de acordo com os filósofos gregos AAAAAAAAAAAAAA só sei que seria alguma coisa MUITO vibe de dark academia, bem culto e intelectual num sentido bem tradicional e ele seria super aqueles professores que usam cardigan, óculos e cabelo bagunçado, um copo de café na mão e as olheiras seriam os acessórios de sempre </3 que SACO
queria que vcs vissem a minha cara qdo vi que era a vez de pensar no fer como professor juro foi vergonhosa de tesão.... mas sei lá pensando aqui que ele tem uma cara de inteligente pra caralho que se daria bem em qualquer área mas quero pensar em alguém sendo professor de cursinho que come as alunas então parabens ferrrr vc foi o escolhido 🏆 pensando aki num fernando professor de física (projetando absolutamente nada do tesão vergonhoso que eu tinha no meu professor de física do cursinho ok segue a vida de vcs aí) que propositalmente passa conteúdos difíceis pra 1) preparar os alunos dele da melhor forma e 2) oferecer horas extras de tutoria e aulas particulares pras alunas mais bonitinhas e gostosas (vc) 🎀
o fran me passa vibes de professor de primário gente imagina 😭 ele com as criancinhas, sendo o titio favorito, todo fofinho e amoroso com elas, daqueles que sempre passa atividades bem artísticas e brinca até elas cansarem e irem dormir na hora da soneca </3 tchau
pra dar uma diferenciada vou colocar aqui o pipe como professor de fotografia! imagino ele fazendo parte de algum estúdio escola e sendo um dos melhores professores pq 1) ele realmente sabe do que tá falando, tipo ele manja pra caralho tecnicamente e 2) eh um querido, todos os alunos falam bem dele na recepção e sei lá, sabe? imagina aí umas aulinhas particulares com o pipe onde vcs dois literalmente passam horas desenvolvendo suas habilidades no maior interesse em comum e paixão de vocês dois. aff
já falei do simón nessa skin agora é a vez dele: jerónimo instrutor de academia 🥵 e pode ser personal trainer mesmo ou melhor, professor de alguma coisa (tipo luta), o importante é estar no ambiente da academia que é onde ele brilha e é mais gostoso. penso que seria bem na linha do simón personal trainer: super atencioso com mulher bonita e gostoso (até deixaria os outros alunos um pouco de lado pq ele simplesmente não se aguenta com um rabo de saia) mas acho que ele seria mil vezes mais cara de pau na hora de dar em cima de vc 🤭
o santi por ser novinho e lindinho e fofinho e um amorzinho não colocarei como prof mas sim como um ajudante de sala! tipo imagina ele sendo monitor de uma das matérias que ele foi super bem na faculdade tipo bases biológicas da neurociência sei lá ai sério ele tem mt cara de quem seria super atencioso e paciente se desdobraria em mil pra te ajudar a entender o conteúdo e ainda ficaria todo felizinho qdo vc passasse com uma nota alta na matéria e te chamaria pra tomar alguma coisa pra comemorar 😭 queria mt tirar dúvidas com ele e quem sabe minhas roupas tb
vou abrir um tópico meio óbvio mas ainda super sensível aqui meninas: della corte professor de educação física. TCHAU só de pensar nele naquele tamanho todo de uniforme, dando ordens e apitando ADEUSSSSSSSSSS MEU DEUS QUE TESÃO não vou conseguir nem elaborar mais, fica aí pra criatividade da mente de vocês (mentira, aqui vai e super inspirado pelo hc da diva laurinha @geniousbh: della professor de educação dx filhx da leitora milf. boa noite)
ainda inspirado pelo hc de professor x milf da laurinha, deixo aqui meu pensamento de simón professor de karate x leitora mãe de aluninha 🥇 por nenhuma outra razão além de gostaria muito de vê-lo sendo bem gostoso num kimono, acho que ele seria um fofo com as crianças e daria em cima das milfs descaradamente. aqui em casa já eh egot winner! o bônus seria ele te comendo no tatame tchau
o rafa tem SUPER cara de professor de português que é absolutamente o QUERIDO de todas as turmas imagina 🤕 ele sempre tão charmoso e sorrindinho, explica tudo com a voz mansa, ajuda todos os alunos que tem dificuldade e o melhor de tudo é que ele é o queridinho das aluninhas pra contarem todas as fofocas e dos aluninhos pra pedirem conselho meu deus </3 o bônus (totalmente inspirado por esse hc da diva @lunitt) aqui seria vc também sendo professora na mesma escola e os alunos shippando vc e o professor lindinho e tímido de português ❤️
#la sociedad de la nieve#lsdln#lsdln cast#lsdln x reader#lsdln imagine#lsdln fanfic#enzo vogrincic#matias recalt#agustin pardella#esteban kukuriczka#fernando contigiani#fran romero#felipe otaño#simon hempe#santi vaca narvaja#jeronimo bosia#agustin della corte#rafael federman#matías recalt#agustín pardella#fer contigiani#francisco romero#jerónimo bosia#santiago vaca narvaja#pipe otaño#simón hempe#agustín della corte#rafa federman#mari.doc#anon
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O quão estranho é a garota mais anti social da classe ser tão desesperada por comunicação? No fim do primeiro ano do ensino médio, a maior parte da sala nem sabia como era minha voz. Eu repeti aquele ano por faltas, porque nunca respondia a chamada (apenas levantava a mão, o que pros meus professores não contava). Eu era tão quieta que um dia fizeram uma votação e me elegeram como "a mais provável de invadir a escola e cometer um..." vocês sabem o quê.
Um dia desses, escrevendo, eu disse que as coisas que eu não dizia eram como mil aranhas escalando a minha garganta, com suas teias sempre fazendo cócegas tenebrosas na minha laringe. Isso vem de uma época que eu não podia dizer. Mas quando eu pude, não conseguia. E quando conseguia...
Eu me sentia um astronauta no vácuo, flutuando, gritando sem ser ouvida, sem ouvir resposta. Um dia eu ouvi que o amor é um grito no vazio. E isso ficou comigo, porque era assim que eu sentia. Houve uma época em que eu preferiria comer cacos de vidro a ter que se honesta sobre meus sentimentos e pensamentos. Mas entendi que era necessário para não deixar as pessoas no escuro.
A coisa que eu mais detestei na literatura (por muitos anos a coisa que eu mais amava) era finais abertos. Eu odiava não saber. Por mais que ficasse no ar uma esperança, um final feliz... Não importava. Haviam pequenos mistérios e miudezas que nunca eram esclarecidos e citados, e eles ficavam comigo para sempre, como as pintas que surgiam aos montes pelo meu rosto, repentinamente.
O amor é um grito no vazio e eu gritei por tudo que eu amei. Estourei minha bolha de sabão e deixei as aranhas escalarem abrindo caminho pelos meus dentes. O amor é um grito no vazio e ninguém nunca gritou pra mim de volta.
Por muito tempo, eu me ressenti de não ter sido suficiente. De não ter sido merecedora. Não de não ter sido gostada de volta. Mas de não ter merecido a verdade, a honestidade. Tudo que eu amei eu amei genuinamente, e uma das melhores partes era mergulhar bem fundo e conhecer cada coisinha, mesmo tendo o infinito para ainda conhecer. Nunca entendi, então, por que escondiam o que realmente importava de mim. Sempre quis que fossem honestos porque eu gostava da honestidade com que existiam.
Mas acho que simplesmente não foi possível. Sabe? Para eles gritarem de volta. Começou pela minha mãe. Eu sei que no vazio, ela sussurra bem baixinho mesmo tentando com todo o seu corpo. Mas não foi só ela. Então essa é uma ode a todos aqueles que não gritaram de volta para mim. De alguma forma, mesmo assim, eu sei que seus corpos vibraram.
Mesmo no vácuo do intransponível.
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Há uma diferença gritante entre pessoas que fazem algo por obrigação e outras que fazem algo por obrigação e gosto. Não vou dizer "amor", embora queira muito, porque não quero que esse texto fique muito romântico — ainda que isso seja inevitável. Mas assistir a uma aula em que a pessoa está ali para cumprir sua função e falar sobre o assunto que deve é diferente de ouvir alguém ensinar sobre um assunto que gosta — não quero arrumar briga com professores que lecionam pura e simplesmente por trabalho: vocês estão certos. No grosso, é isso mesmo, não é?
Mas escrevo esse texto movida por um sentimento muito maior do que o de sofrer a repreensão de professores mais cascudos e experientes contra uma futura colega de profissão que ainda está na metade da graduação: a inspiração. O que me trouxe até aqui é o que me mantém. Minhas aulas favoritas eram dos professores que claramente gostavam do que estavam falando e lembro de todos os seus nomes. As aulas de história do ensino médio eram um verdadeiro embarque em uma história — mesmo: meu professor contava as coisas como se tivessem acontecido ontem. Às vezes até inseria um conhecido na história que me fazia questionar se ele falava sério mesmo ou só queria nos impressionar.
De qualquer forma, impressionava. Igual minha professora de fonologia que falava sobre o assunto como se fosse a coisa mais legal do mundo. Ela conseguia fazer a fonética ser interessante e fácil para uma aluna de Letras que tá ali muito mais pela literatura do que pelos sons linguísticos em si. Me compreende? Ah, e minha professora de teoria literária lendo os poemas de Drummond no primeiro dia de aula... ela me ganhou naquele momento. Eu, que cheguei naquela aula igual um gatinho assustado às 7h30 da manhã num frio de bater os dentes. Sempre que leio poesia leio com a voz dela na minha mente: com ritmo, paixão, inteligência e uma sensibilidade gigante.
Não dá para fazer isso se você não gosta. É algo que te atravessa, sabe?
O mundo é crivelmente cruel e há quem diga que trabalhar com o que gosta significa submeter à morte uma de suas paixões. Concordo — mas há controvérsias. Uma delas está aqui. Terminando de escrever o texto que você acabou de ler — e há muitas outras lá for a. Um grandessíssimo obrigada a todas elas! Especialmente as que estão numa sala de aula do curso de Letras — na postura de docente ou não.
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Bom...é chegada a hora de um novo monologo de aniversario.
Durante o mês de Fevereiro eu tentei várias e várias vezes escreve-lo, mas eu não sabia como, as palavras não fluíam e no final eu não estava satisfeita. Mas eu acho que agora é o momento certo.
18 anos...eu nunca achei que chegaria até aqui, em determinado momento pensamentos sobre ter essa idade eram todos nebulosos e um grande borrão para mim, não era algo que eu queria, chegar até aqui fugiu dos meus planos.
Apesar disso consigo me lembrar de como me imaginava com 18 anos quando tinha os meus 6 anos. Eu via as meninas bonitas dessa idade no ensino médio e elas pareciam tão legais. Me lembro de um desenho que fiz quando tinha essa idade, de como eu queria parecer, e acredite um dos meus maiores orgulhos é poder me olhar no espelho e ver exatamente o que aquela criança imaginava, eu lutei duro por isso. Eu já me odiei muito, eu lutei duro para um dia me olhar no espelho e ver no fundo dos meus olhos aquela mesma criança feliz e orgulhosa, por isso me orgulho hoje; eu sei o que ela diria se me visse, eu seria alguém que ela admiraria e se espelharia, eu sei que ela olharia para mim e a primeira coisa que diria é "você é muito bonita moça, eu quero ter um cabelo igual ao seu quando crescer" e depois esconderia o rosto tímida, porque era assim que eu era;
À alguns que me conhecem peço que ao ler isso não pensem na Vitória idiota que conhecem, acredite, ela não existe, eu não sou assim; hoje eu ainda tenho o defeito de por medo fingir algo que eu não sou, como a idiota que eu interpreto as vezes, que não consegue tomar decisões sozinha, não sabe falar em público, não consegue falar de forma seria, e pipipipopopo...; acredite eu não sou assim, e se você só conhece esse lado meu, tenha certeza de que não me conhece e não vai conhecer. Não é dessa Vitória que eu falo quando digo que me sinto orgulhosa com o que sou hoje. A Vitória que escreve sem precisar de leitores; a que cola estrelas na parede do quarto; a que ainda cobre o rosto quando fica tímida; a eloquente; a que não cala a boca as vezes e a que fala curiosidades estranhas; a que ainda sonha e estuda as estrelas; a que ainda sonha em ser mais; a que conta borboletas que vê na rua e observa atentamente cada "mato" pelo caminho; a obcecada por biologia, artes e literatura; a com alma de poeta, daqueles românticos loucos e jovens; a que ama a vida e tudo que é vivo, desde a Terra aos seres que nela habitam; a que se encanta com o sentir humano; é dessa Vitória da qual falo.
Essa é a minha essência desde criança, uma das únicas coisas da qual lamento hoje é o fato de esconder a mim mesma dos outros; parte disso é culpa do bullying pesado que corroeu minha mente aos poucos e me trouxe esse medo da individualidade, o medo de ser vista como uma boba, como uma palhaça, como a esquisita.
Hoje esse medo é mais intenso, além de ter medo de ser vista como "uma boba, como uma palhaça, como a esquisita", eu tenho o medo de ser vista apenas como a depressiva que não se anima com nada, da "preguiçosa" que não consegue levantar da cama, da pessoa que sempre está como sono, sempre está estressada, a besta que tem medo de tudo, até de falar, a que está sempre doente...
Eu sonho com o dia em que a escola vai acabar e eu não vou mais precisar ficar presa em um local cheio de adolescentes chatos, de garotas estúpidas com nariz empinado como se fossem melhor que todos, de garotos estúpidos que só pensam em ser "machões" e provar isso uns para os outros, de alguns professores que não tem empatia pelo aluno e só pensam no salário do fim do mês, de ciclos sociais que sou obrigada a estar...; eu sonho com o dia em que vou sair da minha casa e vou poder me dar o tempo que preciso para descansar sem a obrigação de "ou eu lavo essa louça ou vão esbravejar como se eu fosse uma inútil da qual estão cansados, mas eu estou cansada, sinto que vou desmaiar, queria poder lavar depois", sem a preocupação de depender de alguém que está cansado de mim, sonho com o dia em que serei eu por mim mesma, é só disso que eu preciso...e então estará tudo bem, quando eu estiver longe de tudo isso eu não vou mais precisar fingir e desse modo não só o desejo daquela Maria Vitória de 6 anos estará realizado, mas aquela de 13 anos no hospital após tentar suicídio também estará. Já estou orgulhosa, e me sinto realizada, mas ainda existe um longo caminho pela frente, depois de tudo, eu devo isso a mim mesma, aquela menina de 13 anos também merece se sentir feliz e orgulhosa...eu preciso chegar lá, então declaro aqui mais uma mudança de planos; um dia o plano era não passar dos 18, mas ainda tem muito trabalho então que venha os 20, os 30, os 40 e assim por diante. Até logo.
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Jessica Au e seu frio o bastante para nevar
Estou lendo um livro sobre uma viagem ao Japão que essa escritora australiana fez acompanhada de sua mãe.
Na parte em que me encontro agora, a autora comenta sobre seus primeiros dias na faculdade de literatura inglesa, como todos os seus colegas pareciam já ter lido os livros comentandos pela professora (gregos) e assistido às dezenas de filmes que faziam analogias a eles, enquanto para ela, a autora, aquilo tudo era uma grande novidade.
Não vou tirar uma grande lição de tudo isso. Só me veio a cabeça minha primeira aula de geometria analítica nos poucos meses em que cursei engenharia civil, como a maioria dos meus colegas resolveram facilmente o problema simples proposto pelo professor, como eu não sabia nem por onde começar, como foi ali que ouvi falar de Triângulo Pitagórico pela primeira vez quando Lucas Sodré o mencionou (eu havia vagabundado tanto assim nas aulas de matemática do meu ensino médio? elas foram assim tão ruins? as duas possibilidades são possíveis, sendo que eu era inteligente mas nem um pouco esforçado, e que minha professora de química era formada em filosofia e pronunciava a palavra alcool errado).
Hoje em dia matemática nem é uma esfinge pra mim. Aprendi tudo o que sei no cursinho preparatório para vestibular e sou bom com números e figuras (o cientista), e até gosto de solucionar problemas. A questão é que a autora fala que contornou seus déficits com esforço, lendo todos os gregos e vendo todos os filmes. Eu apenas desisti de engenharia civil.
Não me arrependo. Como eu disse, não há uma grande lição aqui. Mas queria ter sido desafiado a ler gregos e ver filmes cults já no meu ensino médio. Minha introdução aos clássicos só começou bem depois (quando penso num ponto de start, só me vem a memória às manhãs que passei trabalhando naquele escritório rural, desejando que nenhum cliente aparecesse, mesmo que isso significasse menos dinheiro pra mim, porque pelo menos eu teria mais tempo para ler; foi lá que conheci Cem anos de solidão e O conto de duas cidades).
P.S.: a autora fala que sua irmã cursou medicina, como eu agora. Mas é da literatura inglesa dela que sinto inveja, é com ela que mais me identifico.
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Quente como o inferno
Odete sobe no palco para começar seu discurso e dar as boas vindas aos novos alunos. Minutos depois do início da cerimônia, Eduardo e Edmundo chegam ao local e topam com uma das funcionárias de serviços gerais, Jurema.
[Eduardo]- bom dia, com licença. Pode nos dizer onde fica o auditório?
[Jurema]- bom dia. Vocês são alunos, é?
[Edmundo ri]- quem dera, senhora.
[Jurema]- ah, então não me chama de senhora que eu fico ofendida! Parecem tão novinhos.
[Eduardo]- perdão, mas ainda não respondeu a nossa pergunta.
[Jurema]- ah, sim! Desculpem, fica no próximo corredor à direita.
Eduardo sai andando na frente, sendo acompanhado pelo irmão.
[Jurema]- moços bonitos. Um desses não aparece na minha vida.
Ao entrar no auditório e dar de cara com Odete, Edmundo sente um mal presságio.
[Edmundo]- não acho que tenha sido uma boa ideia virmos, Eduardo.
[Eduardo]- não começa, porra! Aqui não! Se for choramingar, que seja mais tarde, quando estivermos sozinhos e eu ter que aguentar essa sua cara de fracote do caralho!
Edmundo se cala, sem graça. A cerimônia segue, por aproximadamente, uma hora.
No pátio do colégio, Fabrício e Fany se beijam.
[Fany]- ai, tá demorando tanto dessa vez, que saco.
[Fabrício]- ué, por que essa pressa toda? Tá querendo me dispensar, é?
[Fany ri]- óbvio que não, né, seu bobo. Se bem que eu deveria.
[Fabrício]- ah, é? E por quê?
[Fany]- porque você não me deu aquele heaphone que te pedi. Vou ter que me humilhar pro imbecil do meu padrasto de novo.
[Fabrício]- amor, você sabe que eu não tenho tanto dinheiro assim como você. Meus pais pagam o colégio...
[Fany]- sim, eu já sei, fazer o quê, né?
[Fabrício]- mas, oh: eu te prometo que vamos fazer uma viagem nas próximas férias.
[Fany]- capaz, meu bem. Até lá...
O celular de Fany toca, anunciando uma nova mensagem.
[...]- tá com o trouxa do seu namorado? Por isso não tá me respondendo?
Desconsertada, ela guarda o celular.
[Fabrício]- que foi? Quem é?
[Fany]- não, ninguém. Olha, parece que finalmente a falação da Odete acabou, vamos!
Ao fim da cerimônia, Eduardo e Edmundo se aproximam de Odete.
[Eduardo]- belo discurso, Diretora.
[Odete]- obrigada, querido, é muito gentil. Você é?
[Eduardo]- Eduardo Santamaria.
[Odete]- aaaah, você é um dos novos professores!
[Eduardo]- sim. Vou dar aula pro terceiro ano do ensino médio, de Geografia. E esse é meu irmão, Edmundo.
[Edmundo]- muito prazer, Diretora. Vou ser o professor de Literatura dos meninos.
[Odete]- sejam muito bem vindos! Agora estou meio sem tempo, mas vamos marcar pra eu apresentá-los pessoalmente à escola.
[Eduardo]- perfeito!
[Odete]- bom, preciso ir. Amanhã nos falamos.
Odete sai correndo.
[Edmundo]- e aí? Qual sua primeira impressão?
[Eduardo]- essa daí não me engana com essa pose barata de boa moça. Eu quero vê-la chorando lágrimas de sangue na cadeia. Vai pagar por todos os anos de sofrimento que vivemos.
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16/01/2023
carma cármico
tudo em você me remete a mais pura antropologia. você busca minha história. somos sociologicamente distintos. nossa linguagem é erudita. estabelecer comunicação parece mais fácil na prática. o desejo nos atravessa. teu corpo salgado é mar e o meu é rio a te encontrar. nossa geografia. a Grécia é em ti. és a mais bela escultura de marfim. finalmente, torno-te minha literatura. tu és minha poesia.
tudo em você me remete a mais pura ciência. através de você eu volto às aulas do meu ensino médio. o atrito dos nossos corpos transforma-se em energia térmica. fervemos. é quase como se eu pudesse escutar a voz do meu professor de física lecionando o princípio de impenetrabilidade: dois corpos não ocupam o mesmo lugar. mas tentamos. tentamos tanto até o gosto do seu corpo me relembre das aulas de bioquímica. ainda que no escuro, eu leio as fórmulas em você. tua ocitocina. nessa soma, nos tornamos apenas um. complexo matemático.
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Machado de Assis e o ensino de literatura para adolescentes
Li várias coisas sobre a polêmica do ensino de literatura clássica, como Machado de Assis, no Ensino Médio e, como é um assunto importante, achei que uma postagem no blog sobre isso seria pertinente.
Tenho vergonha de admitir que já fui a pessoa que gritava aos quatro ventos que é um absurdo escolas não escolherem livros de autores como J.K. Rowling e Rick Riordan como material extracurricular. Primeiramente, preciso dizer que não tenho mais esse tipo de pensamento, especialmente em relação aos escritores citados acima: os posicionamentos de Riordan sobre paganismo sempre tiveram um quê de intolerância religiosa e Rowling... os comentários transfóbicos que parecem transbordar dela afetam a mim e pessoas com quem eu me importo diretamente, e não vou nem comentar sobre o racismo e anti-semitismo na sua obra; não só porque não é meu lugar de fala, mas também porque esse não é o tema de hoje.
A questão não é a qualidade ou o nível de dificuldade da obra, mas sim o jeito com o qual ela é ensinada. Uma reflexão a ser feita é, qual é a diferença entre séries de livros infantojuvenis internacionais e livros escritos por autores como Machado de Assis? Por que e como a cultura dos Estados Unidos se tornou mais palatável que a nossa própria?
Uma das primeiras coisas a serem pensadas em relação ao assunto é a linguagem. Toda essa dificuldade colocada na leitura de clássicos é proposital, para segregar o conhecimento literário e acentuar um elitismo intelectual. Quando lendo livros com uma linguagem um tanto difícil, propositalmente ou por ter sido escrito há muito tempo, é bom começar por uma leitura curta para que o leitor se acostume com aquele estilo, além de debates para dar um tom mais moderno à narrativa; não é à toa que que a discussão sobre Capitu ter ou não traído Bentinho está até hoje na boca do povo, ainda popular.
No fundo, temas de histórias são atemporais e é função dos professores acentuar esses traços. São críticas sociais de uma pessoa ou povo oprimido, uma história de amor, de perda ou raiva e frustração. Mas, quando os professores mal conseguem receber um salário suficiente para o sustento, são submetidos a absurdas cargas horárias, tudo isso sem receber o mínimo de apreciação pelo seu trabalho; é utópico, além de injusto, esperar que isso seja incentivo suficiente para uma qualidade no ensino em geral, não só de literatura, que requer investimento e atualização constante.
Outra questão a ser considerada nesse debate é a desvalorização das matérias de humanas e linguagens. Muitas pessoas podem, sim, achar clássicos chatos e complicados, mas o mesmo pode ser dito de álgebra, trigonometria e grandeza proporcional. A diferença entre essas matérias e os livros é que ninguém questiona a presença de matérias difíceis em exatas, mas fazem isso com as de humanas. A literatura ensinada nas escolas não tem necessariamente o propósito de entretenimento, mas sim de documentação histórica e compreensão sociopolítica.
Vou concluir o texto por aqui, mas essa é uma questão complexa que está longe de ser finalizada, que ainda precisa de muitos debates com ela no foco. Também por isso, eu gostaria muito que vocês compartilhassem suas opiniões quanto ao assunto nos comentários.
#machado de assis#literatura#livroeleitura#blog literario#bookblr#ensino médio#texto de opinião#educação#capitu#bentinho#dom casmurro#o alienista#classicos#clássicos literários#literatura nacional#livronacional
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Montanhas russas, altos e baixos!
30 de agosto de 2021 - Segunda- Feira - 20:34
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Quando Nietzsche fala que "Sem crueldade não há festa" ele trata sobre um circunstância onde existem benefícios para ignorância e o cinismo (não o termo filosófico, mas sim o caráter cínico) sobre os homens, que atuam com maldade e não se envergonham disso, desse modo, vivem mais felizes por fazerem o que bem querem e sem se constranger. Maaas, gosto de pensar na citação como uma versão mais bonita do ditado em que dizem “Sem tristeza não há felicidade” onde precisamos de um sentimento para enfatizar e entender melhor o outro. Dias que começam mal e terminam bem são bons, mas dias que começam bem e terminam com crise de ansiedade e questionamentos sobre a vida a verdade e o universo nem sempre são os melhores.
Tão perfeito quanto Carpe Diem
Embora eu tivesse acordado com o desejo de estar morta, o dia hoje começou até que muito bem. As minhas aulas presenciais voltaram e eu estou podendo rever alguns colegas dos quais estou com saudade. Hoje, início de semana, pude rever uma amiga que não a via a um ano e meio. E tive umas aulas até que legais, literatura por exemplo (embora eu aprecie a leitura e a escrita) é uma das matérias da qual eu desgosto bastante, mas hoje estudamos sobre Arcadismo que de longe é um dos meus assuntos favoritos, gosto da simplicidade, da tranquilidade, da vida campestre e da despreocupação das pessoas que o escrevem. Eu estava entendendo química e a discussão das aulas de redação estavam sendo muitíssimo produtivas. O dia estava tão perfeito quanto Carpe Diem. Um professor, concordou em me ajudar de maneira mais pontual quanto aos meus estudos e pesquisas do vestibular que quero aplicar (e eu tava precisando muuuuuuuito dessa ajuda). Minha professora de literatura elogiou alguns contos que escrevi e disse que eu tinha talento pra a coisa. Eu estava radiante, meus estudos para o vestibular finalmente iriam pra frente, eu estava empolgada a voltar a escrever. O dia estava tão perfeito quanto Carpe Diem, até a ansiedade atacar...
“Don’t touch my things”
Grandes histórias catastróficas da vida romanticamente dramática de um adolescente se iniciam com “tinha um menino/menina...” e pra não quebrar o rito começarei assim também. Mas antes, vamos dar nomes (fictícios) aos bois para a história ficar mais fácil de entender:
Antonio - Meu amigo
Ronaldo - Amigo do meu “crush”
Fernando - Meu “crush”
Ok, tem um menino na minha sala, o Fernando, que eu queria ficar com ele desde o primeiro ano do Ensino Médio (eu to no terceiro ano) e spoiler: hoje ele pediu pra ficar comigo. “Ficar com alguém” é o tipo de sentimento que eu naturalmente ignoro (por isso demorou tanto pra acontecer - e que normalmente nem teria acontecido).
Tudo começou com a volta as aulas no modelo híbrido (à precisamente duas semanas), quando em uma aula de inglês um amigo meu, Antonio, que estava assistindo tudo pelo remoto, ficou prestando atenção em uma interação que eu tive com o Fernando e me ligou no intervalo pra falar que tava shippando nós dois. Isso fez meu “sentimento reprimido” por ele aflorar um pouco. Contei pra Antonio e (obviamente com eu esperava) ele ficou me enchendo o saco pra tomar alguma atitude (coisa que eu não fiz por 1. Ser tímida pra esse tipo de coisa e 2. Não considerar isso uma coisa tão importante, então, não liguei muito).
Hoje, início de semana letiva, Antonio foi pela primeira vez às aulas presenciais e depois de um longo tempo dele insistindo pra fazer alguma coisa eu decidi falar com um outro amigo meu que por acaso era o melhor amigo do menino que eu queria ficar, o Ronaldo. Mas ainda tava meio receosa em falar com ele. Então, no horário do intervalo, fui comentar com Antonio sobre o que ele achava sobre eu pedir “ajuda” pra Ronaldo, e ele simplesmente me responde com um “Ótimo” e em seguida grita “Oh, Ronaldo, Mah quer te pedir ajuda pra um negócio!” assim, no meio de todo mundo, eu me senti muito constrangida, mas eu tentei me concentrar e fingir que não foi nada de mais (porque eu acho que não foi nada tão grave assim, meus amigos vivem dizendo que eu costumo intensificar muito as coisas e criar monstros que não existem), Ronaldo se aproximou e eu falei com ele o que eu queria.
“OK, ele vai me ajudar” eu pensei. E sim, ele me ajudouo a ficar mais constrangida do que já estava. Ele simplesmente saiu-correndo-e-gritando--euforicamente-feito-uma-criança-de-dez-anos. Na minha cabeça, pela reação dele, todo mundo agora sabia que eu estava afim de Fernando (e sim, isso eu sei que era um monstro que eu criei na minha cabeça) mas, eu não sabia se queria tirar o tênis do meu pé e jogar na cabeça dele, cavar um buraco e por a cabeça dentro ou cuspir no chão e sair nadando.
Eu tava tão chateada, não era pra isso estar acontecendo, odeio quando tenho o controle das coisas e elas fogem das minhas mãos por um único deslize. Não era pra o Antonio falar com o Ronaldo, era pra EU falar com ele. EU, eu sabia o que iria falar, em que momento e onde. Não era pra ele simplesmente fazer isso. Tomar as minhas decisões por mim. Não, não é assim que funciona, você não pode simplesmente agir por outra pessoa sendo que ela já vai fazer isso. ELA NÃO TE PEDIU, ENTÃO NÃO MECHE NAS COISAS QUE ELA TA PLANEJANDO!
Naquele momento pra mim o dia tinha acabado, se eu visse um meteoro se aproximando da terra (pode até soar egoísta) mas eu agradeceria.
Como se não bastasse, minha mãe me manda mensagem dizendo que marcou um compromisso pra mim na quarta-feira e não tinha como desmarcar. E adivinha? Quarta eu tenho revisional do ENEM que o meu colégio vai fazer, e já é o segundo que eu perco porque ela acha que deve interferir na minha programação sem me perguntar. Novamente: NÃO SE DECIDE COISAS POR UMA PESSOA SEM ATES PERGUNTAR!!!!!
Pra mim tava tudo indo ladeira abaixo, eu estava tentando evitar um pouco o Fernando pelo constrangimento que eu tava sentindo. Maas, no final da aula, enquanto todos se dirigiam paras suas casas, e eu só queria ir para a minha e rezar para que tudo não passasse de mais um delírio da minha mente fértil, lembrei que ele sempre estaciona a moto dele ao lado da minha, ou seja, eu praticamente estava indo ao encontro dele KKKKKKKKKKKKKrying.
Ao chegar no local ele olha para mim e pergunta “E então? A gente vai ficar?” Juro que tive uns três derrames diferentes. Eu prontamente respondi com um tremido “Sim” e logo em seguida perguntou “Agora?”. Se ele soubesse como a minha cabeça estava ele não teria se arriscado a perguntar isso, mas como ele não adivinharia eu apenas neguei e disse que precisava ir pra casa mais cedo hoje.
Meu coração estava palpitando, eu provavelmente estava com uma cara de assustada, mas acho que talvez ele não tenha percebido pelo fato de eu estar de mascara, com os cabelos escondendo o rosto e uma touca (eu deveria estar parecendo um bicho). Eu tava com medo.
Felicidade ≠ Animação
Com esse rolo todo, eu descobri que o Fernando queria ficar comigo já tinha um bom tempinho. Mas, graças aos meus queridíssimos problemas de saúde mental eu não consegui me animar com isso. Eu finalmente ia ficar com o menino que eu queria depois de dois anos *claps* mas eu não estava bem. Eu acho que nunca fiquei assim com alguém por causa de um beijo, e não, não é ele, é a situação. Todos os poucos beijos que dei na minha vida foram sem planejamento no calor do momento onde eu não tinha tempo pra me preocupar com as possíveis merdas que poderiam dar/eu poderia fazer.
Fui desabafar com uma amiga minha e ela simplesmente não entendeu o meu desânimo. “Fique feliz, amiga” disse ela eu estava feliz, muito, não estava animada, porque estava nervosa, e o meu desânimo conseguia ser maior que a minha felicidade. Eu não me sentia mais ansiosa, mas eu não conseguia parar de pensar nisso, e isso desarrumou todo o meu dia, todo o planejamento que tinha feito para o resto do dia foi por água abaixo, as coisas importantes que planejei, meus compromissos comigo mesma, todos adiados. Eu queria poder ser mais fria quanto aos meus sentimentos as vezes. Ultimamente eu tenho conseguido estabelecer um equilíbrio interessante entre sentimento e a racionalidade, porque normalmente sou muito extremista, mas eu ainda to caminhando, e eu espero, do fundo do meu coração, que algum dia, eu consiga chegar até algum lugar.
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10, 11 e 12 Harriet
Harriett: Qualquer pessoa? Peggy Carter, sinceramente eu acho ela demais! Ou a Natasha, meu pai até hoje fala da luta que teve com ela. Frequentei a escola normal até o Ensino Médio, quando fui para a Academia Coulson, eu amo biologia, física e química, ou qualquer coisa entre esses, não gosto muito de matemática mas eu sei e sou boa. Não gostava muito de literatura, não sei porque. Nunca gostei ou desgostei de algum professor, teve apenas um professor de ciências que pegou no meu pé por ser neta do Henry Pym. Meu mentor é a minha mãe por um longo tempo, meu avô também gosta de me chamar pra ajudar ele com alguma ideia dele, meu pai tentou mas ele deixou com minha mãe que o ensinou tudo basicamente.
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A infeliz arte limitada de se emocionar.
Criou-se um estereótipo acerca do escritor, talvez por conta de os grandes nomes da literatura internacional abordarem um caráter auto destrutivo, ou pelo fato de que os jovens em meio ao caos da puberdade se apaixonem pela melancolia depressiva e as sensações que isso gera em seus corpos. Porém, devo admitir que acho lamentável quem consome e valoriza apenas palavras tristes, existe muito além do vicio pela dor, inclusive, o leitor maduro é capaz de sentir calmaria e aflição ao se deparar com assuntos diversos, mesmo que em crônicas extremamente triviais.
A imaginação de quem devora as construções impressas é tão potente quanto a aura de quem as escreve, afinal, escrever para quem não tem experiências é como ter um papel em branco, mesmo após horas de trabalho. Antigamente eu detestava quem divagava sobre o ato de escrever em textos. Erroneamente, cheguei a duvidar da profundidade dos escritores parnasianos (apenas acreditando no desmerecimento que meus professores repetidas vezes enfatizavam, pois eu nem ao menos tinha lido Satânia, poema encantador de Olavo Bilac, que anos após o ensino médio tive o prazer de conhecer) e eu era conivente com a vertente tradicionalista que critica quem quebra a quarta parede..., fui tola.
O que faz o ser humano se identificar apenas com o que há de mais patético e sorrateiro tem me instigado. Gosto de encontrar respostas no ar, são soluções invisíveis, assim como as mais temidas doenças. A diferença é que eu não tenho a obrigação de achar uma cura, mas para meu deleite não sou proibida de tentar ensinar. Soa um pouco prepotente, mas as pessoas precisam, e desejam seguir doutrinas, inclusive eu. O nascimento é a prova de que se aprende observando e escutando os mais velhos.
É por isso que todo adulto se dirige aos jovens em terceira pessoa, não se colocam nunca na posição de assumir que já foram assim, preferem, sabiamente, lidar com o passado em carne viva, como se ele fosse único para cada um, e não uma lembrança abusiva empregada a quem está no início de sua jornada pessoal. O modo como se escolhe sobreviver a cada fase da vida dita o caráter a longo prazo.
É muito raso e até fantasioso acreditar que poesia só se faz de lágrimas, sendo que na mais pura felicidade é possível deixar alguém em prantos, mas talvez os olhos de quem chora precisem ser aguçados.
Heloísa.
ARTHUR JOHN ELSLEY - Um empate Óleo sobre tela - 97,2 x 64,8 - 1893
fonte da imagem: http://joserosarioart.blogspot.com/2015/05/arthur-john-elsley.html
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Livro: O sentido de um fim - Julian Barnes, 2011
Ouvi em um filme que a primeira frase de um texto é sempre a mais importante. Acho que concordo com isso. mas não consegui pensar em uma frase boa pra começar esse texto.
Os livros sempre me encantaram, nunca tive incentivo em casa para leitura, não que meus pais não achassem importantes, mas simplesmente porque a leitura nunca fez parte da vida deles, minha mãe inclusive não sabe ler até hoje, mas essa é outra historia. A vida lá no passado tinha outra conotação e pra eles outras prioridades. Na adolescência comecei a ler livros sobre amor juvenil, pra ser sincera nem lembro direito os nomes dos livros mas devo ter lido uns quatro ou cinco. Lembro de ir na biblioteca do cidade e ficar procurando algum livro na sessão de literatura Infantojuvenil. No ensino médio a necessidade de ler livros para aula de literatura nunca foram encarados da melhor forma, optava sempre pra algum resumo ou resenha disponível na internet. Hoje não me orgulho muito disso, mas faz parte, não fui a primeira e nem serei a ultima a burlar o sistema desta forma.
No fim do ensino médio e já pensando na faculdade me predispus a ler os livros indicados para realização do Enem e PAS. Um tempo atrás me peguei pensando nesses livros, não me recordo de todos, mas tenho um dos livros até hoje, mas confesso, não terminei de lê-lo. O fatídico O Seminarista de Bernardo Guimaraes, uma edição de 2003 que comprei numa banca de revista.
Já no início da faculdade percebi que a leitura seria importante, o dinheiro nunca sobrou então comprar livros nunca foi opção, restava tirar xerox dos livros dos professores ou disponíveis na biblioteca da faculdade, sim livros técnicos. Por causa da minha formação porem, consegui pelas matérias de português e sociologia da comunicação ler livros que até hoje guardo com carinho na memoria, lembro da sensação de quando li eles, mas não poderia resumi-los, isso seria quase que impossível. Contudo, dois em particular me recordo com demasiado carinho ; A obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica de Walter Benjamim e O Suicídio de Émile Durkheim.
No ultimo ano da faculdade fui fazer estágio na comunicação da caixa econômica federal. sempre digo que existe uma pessoa antes e outra depois desse período maravilhoso que eu fui estagiaria. Conheci o Okamoto que era analista e depois virou gerente nacional de publicidade. A pessoa que me demandava os afazeres do departamento e que durante todo tempo que eu estive lá me incentivou a ser uma pessoa melhor, foi dele o principal incentivo para leitura desde então. Com o passar dos tempos comprar livros se tornou algo prazeroso e prioritário. Ele me indicou livros que mudaram a minha vida pra sempre e que hoje estão em local de destaque da pequena estante de livros que eu tenho em casa. Com ele conheci o George Orwell, Aldous Huxley, Milan Kudera e a vontade de ler cada vez mais.
Amo o jeito que nos transformamos depois de ler algum livro, seja ele qual for. Muitos anos se passaram desde que aquele final do período da faculdade cuja necessidade de leitura era quase que incontrolável. Entrar numa livraria e ficar folheando livros ainda é uma das minhas atividades preferidas, suspensa nesse momento por causa desse maldito vírus. Hoje posso dizer que já li diversos livros e tenho outros tantos em casa pra ler. Prometi que só compraria novos livros quando os que aqui estão fossem lidos. Tentativas em vão.
O carinho pela leitura e pelo livros é de conhecimento de todos que convivem comigo, no meu aniversário ou nas festa de fim de ano sempre que me perguntam eu digo que quero ganhar livros. Ganhei alguns assim, alguns que eu já li outros não. Tenho assim uma quantidade significativa de livros me aguardando. Nos últimos anos retomar a leitura foi objetivo do começo dos anos, preciso ser sincera que não consegui colocar isso em pratica. E agora em 2021 não seria diferente, pelo menos não na tentativa. Criei algumas manias durante esses anos de leitura, ler mais de um livro ao menos tempo, ter sempre um livro de crônicas que me permita ler algumas paginas por dia e não ler o mesmo tipo de livro ou autor em sequência.
Não posso deixar de registar que nos últimos tempos não consegui ler diversos livros até o final, tenho um pequena coleção de livros nesta situação. Livros ótimos mas que por causa de algum bloqueio, que eu ainda não entendo, não consigo terminar. Posso citar A metamorfose do Franz Kafka, A Cabana de William P. Young e O Apanhador no Campo de Centeio de J. D. Salinger esse ultimo presente do meu amigo Okamoto. Livro que ele sempre me incentivou a ler.
Tendo tudo isso desabafado, meu objetivo com esse e com os demais textos que espero escrever aqui é tentar colocar pra fora os aprendizados e as sensações dos livros que pretendo ler de agora em diante. Vou tentar sempre contar um pouco da história de como eu ganhei ou comprei o livro e colocar as referências das musicas e/ou filmes que constem nele
O livro que vou iniciar 2021 é: O sentido de um fim de Julian Barnes, livro que ganhei de duas amigas queridas a Jessica e Scheila, o presente foi em nome da FTPI , empresa que elas trabalham e que é fornecedor de serviços da empresa que eu trabalho. Eles me deram assinatura mensal da TAG, um clube de livros. Recebi presente no meu aniversario de 31 anos, junho de 2019. Pois é eu só li o livro agora. E como é estranho ler um livro que esta a tanto tempo comigo e descobrir o quanto ele bom e eu demorei tanto pra ler. Iniciei livro dia 02 e finalizei em 04 de janeiro de 2021.
Antes de qualquer coisa preciso falar que uma das personagens se chama Veronica e esse já seria motivo suficiente pra eu gostar do livro. Temos assim um livro edição especial de capa dura 175 páginas indicado pelo curador Michel Laub, escritor e jornalista de quem eu já tenho grande afeição. Certamente quero ler algum livro dele A Maça envenenada ou O tribunal da quinta-feira. Na entrevista para TAG onde fala sobre a escolha do Livro O sentido de um fim ele indica também Na Praia Ian McEwan que como os dois dele ja entraram na minha lista de novos livros.
O livro conta historia em primeira pessoa do atualmente aposentado e divorciado Tony Wesbster um londrino que recebe de herança uma quantia em dinheiro e envelopes com parte de um diário de amigo que aos 22 anos cometeu suicídio. O recebimento da tal herança o fez revistar na memoria os momentos da adolescência ao lado dos três melhores amigos e junto com eles seus questionamentos, de como eles enxergavam a vida e suas experiências até ali. Neste mesmo período onde as descobertas são parte fundamental de como nos moldamos para o resto da vida ele conheceu Veronica com quem namorou e iniciou a vida sexual, mesmo que não totalmente. Em sua narração ele citas os acontecimentos baseados nas suas memorias e na forma que até então percebe ser as partes importantes da sua história. Dos três amigos quem se destacava era Adrian Finn que entrou no grupo depois e com sua inteligência e perspicácia tinha sua notoriedade perante eles e na escola, era o tipo de aluno questionador que me atrevo a dizer que os professores não gostam tanto.
Nesse período da escola um dos alunos da aula de ciência tinha cometido suicídio, naquele momento eles protagonizaram um debate acalorado sobre o que o tinha levado a tal ato.
Ele conta sobre momentos e conversas com namorada Veronica e um fatídico final de semana que passou na casa da família dela, suas palavras fazem que identifiquemos a Veronica como pessoa ruim e do contra em relação aos seus gostos, eles estão juntos por causa na necessidade de se ter uma namorada e seu desejos sexuais, mesmo que até então eles não tenha ido a vias de fato.
Cada um dos amigos segue seu caminho, eles tentam nos próximos anos fazer uma reunião para colocar o papo em dia. Na universidade ele não estava com a Veronica, teve outras experiência, eles fizeram sexo um tempo depois eles haviam terminado. Certo dia ele recebe carta do amigo Finn contanto que a pedido da Veronica escrevia uma carta para contar que eles estavam juntos. Na carta o Adrian deixa entender que se isso fosse um empecilho para continuidade da amizade ele terminaria com Veronica. Ele responde a carta para os dois de forma deixar claro que acha que o amigo estava fazendo a pior burrada da vida e que como aconteceu com ele, veria que a Veronica não era boa pessoa e se arrependeria, na mesma carta ele cita uma frase dita pela mãe na semana que ele tinha dormindo por lá, que não deveria deixar que ela o controla-se.
Quando foi visitar os pais na sua cidade natal, ele recebe a noticia que amigo Adrian havia cometido suicídio, e diferente do amigo adolescente que se matou anos atrás, que deixou apenas um pedido de desculpas para mãe. Adrian deixou tudo registado, não contou motivo de tal ato, não de forma explicita mas organizou tudo durante feriado que os colegas de quarto não estavam. e policia não teve nenhum dificuldade de analisar o caso. Se matou cortando os pulsos dentro da banheira cheia de agua. Os outros dois amigos se encontram para falar sobre o ocorrido entendiam eles que Adrian era pessoa cuja capacidade de domar a própria vida e não tendo pedido pra nascer tinha a liberdade de tira-la se assim achasse por conveniente. era isso que Finn sempre deixou claro pra eles.
O Livro em sua segunda parte, 40 anos depois, ele havia se casado, já esta separado, tivera uma filha e netos. Em um certo dia recebe noticia que a mãe da antiga namorada havia morrido e deixado algo para ele em testamento. 500 libras, uma carta e um segundo envelope sem nada, que de acordo com a carta ele entenderia ser o diário do amigo que há 40 anos havia tirado a própria vida, na carta ela diz que ele talvez não entenda motivo mas que nos últimos meses de vida do amigo, ela teria certeza que eles esteve feliz. e que achava que o diário dele deveria ficar com Tony. Ele retoma os pensamento para os acontecimentos passados e as coisas que havia vivido, tanto com Veronica como Adrian e família dela, tentando procurar se algo havia ficado esquecido e pudesse justificar a morte do amigo.
A advogada destinada ao testamento, informa que o diário estava em posse de Veronica e ela não iria entrega-lo, ele começa então a tentar de todas as custas falar com Veronica para conseguir te acesso ao que ao ser ver ela dele por direto pois, a mãe havia deixado para ele. Depois de alguma insistência ela o encontra , um encontro onde os dois não se reconhecem, estão diferentes do que há anos atrás, ela entrega um cópia de uma pagina do diário, onde ele, Adrian, de forma ordenada fala sobre a vida e como ele a enxergava. Frases devidamente numeradas ele era realmente muito inteligente. Ele passa a questiona - lá sobre sobre restante do diário. Eles se encontram em um estação afastada da cidades pela segunda ou terceira vez, ele desenvolve ai as lembranças, antes esquecidas de proposito ou não. O que nos deixa entender que o namoro não tinha sido tão ruim quanto ele descrevia na primeira parte do livro e parece que ele volta a nutrir sentimentos por ela, ele conta sobre sua vida e ela quando questionada da dela vai embora. Em outro momento eles vão no carro dela por umas ruas do bairro afastado e acabam por encontrar algumas pessoas na rua, na descrição dele pessoas com dificuldade de locomoção e deficiência intelectual. Ela desce e fala com eles, ele cumprimenta de dentro do carro. depois desse encontro ele sem entender o motivo dela ter levado o pra ver aquelas pessoas, recebe por e-mail uma cópia da carta que há anos havia entregue aos dois.
Agora sim lendo o conteúdo daquela carta na íntegra ele é acometido com remorso gigantesco, no momento do livro que ele descreveu o carta ela não descreveu nem o 1/4 do que se vê agora, palavras duras e inapropriadas. Ele passa um tempo até ter coragem de escrever um novo e-mail, quando o faz e para pedir desculpas pelas palavras escritas anteriormente. Depois um certo tempo ele liga os fatos e volta a aquele bairro distante que ela o tinha levado, e passa a observar aquelas pessoas que faziam o mesmo trajeto sempre acompanhado de seus cuidadores, certa vez observando ele identifica que um dos rapazes é filho do seu amigo morto. Ele torna escrever pra ela, agora pedindo desculpas pelo desejo que ele havia proferido na resposta carta de informação do namoro, e entendendo o quanto eles sofreram com filho nascido naquela condição, consciente que de forma egoísta desejou e registrou isso na carta que eles tivessem um filho e ele fosse assim.
Ela como já tinha feito anteriormente disse que ele não tinha entendido nada, e nunca entenderia. Ele passa então a frequentar o lugar que o filho do amigo frequenta, sempre acompanhado dos amigos e cuidadores. Certo dia o cuidador vai falar com ele pedido que ele vá embora pois o Adrian ficava agitado com a presença dele, ele explica que é amigo dos pais dele e a mãe do menino havia levado ele pra vê-lo algumas semanas atrás.
Qual é a surpresa de Tony ( essa hora o autor nos joga no chão), o cara diz que a mãe do homem não poderia ter levado ele lá na ultimas semanas, pois ela havia morrido alguns meses. Tony então compreende toda situação, Veronica ou Mary como o rapaz a chamava não era mãe e sim irmã de Adrian 2, compreendendo assim que ele havia tido um caso com a sogra e pela aparência dele ele teria nascido na época que o amigo tinha tirado a própria vida. A equação numérica que o Adrian Pai tinha escrito no fragmento do diário que Tony pode ler fazia certo sentido naquele momento.
O livro termina com essa bomba.
Passei a me questionar sobre a minha própria vida, como em determinados momentos, forçamos a creditar a determinada lembranças condições que nos entendemos ser melhor para transformar aquele momento. Nem sempre conseguimos ser fiel ao acontecido. um tanto como forma de se blindar do que aquilo realmente representa, Tony cria uma imagem da Veronica e da família dela, da forma que eles se relacionavam, que nos fazem enxergar ela de um forma, porem om as peças se encaixando no decorrer do livro percebemos que não era necessariamente assim. ele se blindou de recordar situações que faziam diferença para o que era apresentado.
Nos detalhes percebemos o quanto nossa palavra tem poder e apreciar o que estamos vivendo e fundamental.
Lendo texto completar da TAG um colaborador nos instiga com possibilidade do filho não ser de Adrian e mãe de Veronica e sim de Veronica e o próprio Tony e como isso pode ser perfeitamente possível. E com a cabeça fechada e enxergando apenas o que no momento lhe era conveniente, ele pode de ter vivido uma historia com a mulher que claramente ele gostava e que lhe deu um filho que não pode conhecer e ter a proximidade de pai e filho que ele tanto quis com a filha do casamento que ele sustentou por conveniência por tanto tempo.
Livro é desse que te deixa repensando vários acontecimentos descritos neles ou não. Na acumulação de responsabilidade sobre aquilo que falamos. desejamos, ocultamos ou simplesmente deixamos pra lá. Gostei particularmente da forma que o autor nos prende nas páginas para tentar entender o fechamento dessa história.
Dentro do livro ele fala depois que concedeu a possibilidade de analisar a namorada de uma forma mais leve, o momento que ela dançou pra ele, de Jack Miller “ From a Jack to a King” e depois dançaram juntos “Elusive Butterfly” na voz de Bob Lind, que possivelmente foi a única vez que ela dançou. As músicas são super bonitas vale ouvir ele ainda cita no texto: “I ve Got You Under My Skin”.
https://open.spotify.com/playlist/6VDwrrkFwGzyGRCTDPNPXt?si=f5fEFJ1TQiq9FdSe-FlcAQ
Sem mais, no momento.
V.
Hoje, 06/01/2021
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Eu e a história
História é o que me motiva a fazer algo sensacional, meu nome é Natália tenho 18 anos e vou proporcionar a vocês a melhor explicação do que me levou a fazer história!
Durante o ensino médio eu vivi o sonho de fazer diversos cursos, nutrição, direito, psicóloga, jornalismo, mas alimentava em segredo o sonho de criança de ser professora. Muitas vezes eu tentei tirar essa ideia da minha cabeça, levando em conta que a profissão nem sempre é muito bem vista.
Porém foi no primeiro ano do ensino médio em que eu conheci as minhas duas maiores inspirações, a minha professora Elaine de literatura e o meu professor André de geografia. Eu admirava todos os outros professores, mas os dois em especial me cativaram de um modo que me fizeram sentir que era isso que eu queria para construir o tão esperado futuro brilhante. Quero ter com os meus alunos a relação que tenho com a Elaine, vejo nela uma amiga, uma mãe, uma confidente, alguém que já me entende só com o olhar e que acredita em mim quando nem aí acredito. E quero evoluir em uma sala de aula igual eu vi o André e manter sempre o foco da aula, por mais que os alunos queiram saber até como estão os cachorros dele. Eles são sem dúvidas pessoas nas quais eu prezo para estarem comigo sempre.
Com as inspirações vindo da literatura e da geografia, eu escolhi a história porque eu realmente não consigo entender como algumas pessoas não acham ela incrível. Estudar a passado e como as coisas aconteceram, para enfim tentar compreender o nosso futuro é algo mágico. Quero que os meus alunos parem de sentir sono na aula de história, de julgarem ela como a aula mais chata da semana (como acontecia na escola) e passem a ver o quão "top" ela ��. E eu bem sei que isso só depende de mim, então estou cursando o primeiro ano da faculdade de história, na Universidade de Taubaté, com muitas expectativas, sonhos, e o mais importante, vontadde de me tornar a cada dia alguém melhor, para mim e para a pessoas!
Obrigada por lerem minhas breves palavras, até mais!
Agradecimentos ao ex namorado e atual amigo, Shan, que me apoia em absolutamente tudo o que eu faço e me ajudou a escrever esse texto.
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MÁRIO E EU
“É ali!” - gritei e logo após meu avô freou bruscamente em plena Avenida Paulista.
“Vê se toma cuidado ein Lia! Qualquer coisa me liga!” - é engraçado como meus avós sempre estavam presentes como coadjuvantes em encontros de última hora. Mas no final das contas eles sempre entravam na minha.
Desci e fui procurar algum lugar para esperar. Fazia tempo que não nos víamos e não é sempre que se decide esperar alguém em plena Paulista, capaz de levar um bolo.
O bolo não veio, mas muito confete, conversa, livrarias, beijos e livros do Sebastião Salgado. O cabelinho cortadinho, perfume, óculos com óculos, “peraí vou limpar meu óculos tá embaçado”, rimos.
Antes irmos embora decidimos passar em uma última livraria, e foi lá quando me deparei com “A lição do amigo : cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade.” O livro mostra as cartas de Mário, com notas feitas pelo próprio Drummond. Vocês tem noção disso ?!
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Sobre ambos os escritores eu já tinha escutado em alguma aula do Ensino médio ou cursinho. Lembro de sentir o peso das poesias de Drummond e de me encantar com os contos de Mário.
O primeiro poema que me levou à curiosidade sobre o Carlos, tal qual como o nome do próprio tumblr , foi “Sentimento do mundo”.
Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo, mas estou cheio escravos, minhas lembranças escorrem e o corpo transige na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu estará morto e saqueado, eu mesmo estarei morto, morto meu desejo, morto o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram que havia uma guerra e era necessário trazer fogo e alimento. Sinto-me disperso, anterior a fronteiras, humildemente vos peço que me perdoeis.
Quando os corpos passarem, eu ficarei sozinho desfiando a recordação do sineiro, da viúva e do microcopista que habitavam a barraca e não foram encontrados ao amanhecer
esse amanhecer mais noite que a noite.
Carlos mandou esse e outros poemas para Mário, que nas tantas análises que escrevia nas cartas, disse:
“Sentimento do mundo é o resultado de um poeta verdadeiro cuja vida se transformou. O poeta não mudou, é o mesmo, mas as vicissitudes de sua vida, novos contatos, e contágios, novas experiências, lhe acrescentaram ao ser agressivo, revoltado, acuado em seu individualismo irredutível, uma grandeza nova, o sofrimento pelos homens, o sentimento do mundo. (…) É realmente um exemplo extraordinário e excepcional. E dentro desse seu caso de humanização, Carlos nos deu alguns gritos dos mais lancinantes, alguns estados de revolta dos mais angustiosos da nossa poesia. Que poesia verdadeira!” (p.309)
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Mas foi o Mário mesmo, quem eu acabei amando ainda mais. Só havia lido “Contos novos” para alguma prova que ia prestar, e já tinha me interessado pela sua escrita : sincera. Alguns ainda dizem que esse livro é uma autobiografia do autor, e talvez até seja, assunto como a morte do pai (conto “Peru de Natal”) é até falado em algumas cartas no “Lição do amigo”, mas por outro lado, a homossexualidade de Mário (conto “Frederico Paciência”) só foi sabida anos depois de sua morte.
Em uma carta para Manuel Bandeira, também eu amigo, Mário desabafou.
“(…) Está claro que eu nunca falei a você sobre o que se fala de mim e não desminto. Mas em que podia ajuntar em grandeza ou milhoria pra nós ambos, pra você, ou pra mim, comentarmos e elucidar você sobre a minha tão falada (pelos outros) homossexualidade? Em nada.(…)
Mas si agora toco nesse assunto em que me porto com absoluta e elegante discrição social, tão absoluta que sou incapaz de convidar um companheiro daqui a sair sozinho comigo na rua (veja como eu tenho a minha vida mais regulada que máquina de pressão) e si saio com alguém é porque esse alguém me convida, si toco no assunto é porque se poderia tirar dele um argumento pra explicar minhas amizades platônicas, só minhas. “
E ele ainda finaliza “ Eis aí uns pensamentos jogados no papel sem conclusão nem sequencia, faça deles o que quiser.”.
Mário era tão lúcido, original, sincero, “sinceridade absoluta”. Tinha mania de criar palavras, ficava sempre doente e também tinha problemas com dinheiro.
Queria sentar com ele em algum bar em São Paulo, despretensiosos, conversar sobre a política atual do país, o ódio que se dissemina por quem não possui uma família tradicional brasileira ou por apenas quem é contrário ao fascismo e é taxado de comunista, mas essa última ele já conhecia. O próprio já entendia a imagem do “monstro do comunismo no Brasil”, só não chegou a pegar a parte que o país viraria uma Venezuela, mas isso eu poderia ir contando a ele. Íamos rir muito. Além disso comentaríamos de Minas, todas as obras do Aleijadinho, eu ia aproveitar e dizer sobre todas as aulas do Puppi, e da flor e o cristal.
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Certa vez meu professor de literatura (eu amava o Giba, ele era todo magrelo, meio teatral, o chamei para um almoço no vegetariano perto do cursinho, pena que não deu certo, eu amo almoços) recitou um dos poemas de “Lira Paulistana”, e talvez tenha sido aí, e não nos contos, quando Mário realmente me arrebatou.
Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.
Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.
No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.
Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.
O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade…
Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade…
As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.
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“(…)No princípio eu quis mudar você, fazer você que nem eu.Porque, já falei, você me esfolava e eu queria ser amigo de você.Mas você foi discreto, me engambelou, continuou na mesma, deu tempo ao tempo. Foi bom porque hoje você não me esfola mais, não me contunde, eu já não quero mais mudar você.E vem a verdade surpreendente : E nós perseveramos amigos. Afinal das contas tudo foi principalmente muito lindo e estou pacífico, dizendo bom-dia pra você, sabendo como vai a gente de você, dizendo que sou sempre o mesmo. De você.
Mário” (p.205)
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Claramente não é com esse texto que venho expor a grandeza e genialidade do morador da Rua Lopes Chaves, visto que ainda temos muito o que viver. Arrume amizades que te arrebatem como o paulista e o mineiro do livro, “ Estabeleceu-se imediatamente um vínculo afetivo que marcaria em profundidade a minha vida intelectual e moral, constituindo o mais constante, generoso e fecundo estímulo à atividade literária por mim recebido em toda a existência” ( Drummond ). E se não tivesse um empurrãozinho ?! Teria “Sentimento do mundo” ?! Ou tantas outras obras do Carlos…
Mário, você faz falta aqui.
( foto do escritor em seu apartamento no Rio de Janeiro, em 1938, na parede a tela “ O mamoeiro”, de Tarsila do Amaral )
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